Rede D’Or, Hapvida ou Dasa? BTG Pactual aponta a líder do setor de saúde

Apesar das dificuldades macroeconômicas que devem impactar o setor de saúde privado no Brasil em 2025, algumas empresas ainda se destacam por sua resiliência e forte posição de mercado. Segundo analistas do BTG Pactual, Marcel Zambello, Samuel Alves e Yan Cesquim, há oportunidades de investimento em companhias com vantagens competitivas sólidas, ativos estratégicos e acionistas bem estruturados financeiramente.

Em um relatório recente, os especialistas revisaram as perspectivas das principais empresas do setor, destacando que, apesar dos desafios enfrentados por cada uma – como alavancagem, integração de operações e otimização de margens –, essas companhias estão bem posicionadas para liderar a consolidação do mercado.

Rede D’Or (RDOR3) Se Destaca Como Principal Aposta

A Rede D’Or (RDOR3) foi apontada como a principal escolha de investimento no setor. A equipe de análise ajustou o preço-alvo da ação para R$ 37,00 até o final de 2025, representando um potencial de valorização de 40%. O ajuste reflete um custo de capital mais atualizado e se baseia em fatores como:
• Sólidos fundamentos de crescimento e geração de valor;
• Forte desempenho nos resultados financeiros;
• Potencial para fusões e aquisições (M&A);
• Execução eficiente da estratégia;
• Valuation competitivo, sendo negociada a 13,5 vezes o preço-lucro ajustado de 2025.

A empresa mantém sua posição de liderança no setor, impulsionada pela integração quase completa da SulAmérica, além de laços estratégicos com o Bradesco, que podem indicar uma possível fusão parcial. Outro fator positivo é a recuperação acelerada do segmento de seguros para os níveis anteriores à pandemia.

A expectativa de melhora no fluxo de caixa, devido à desaceleração nos investimentos em capital (capex), também reforça sua atratividade, com um yield de fluxo de caixa estimado em 8,5% para 2025. A análise do BTG Pactual indica que a Rede D’Or deve manter um crescimento de lucros entre 15% e 20% ao ano, mesmo diante de juros elevados e de um cenário econômico mais desafiador.

Hapvida (HAPV3) e Dasa (DASA3): Análises e Recomendações

No caso da Hapvida (HAPV3), a recomendação de compra foi mantida, mas o preço-alvo da ação foi ajustado de R$ 6 para R$ 4,50. Apesar dos desafios regulatórios e das incertezas relacionadas a ações judiciais, a empresa ainda possui diferenciais estratégicos, como escala, liderança de mercado e um modelo de negócios verticalmente integrado, que fortalecem sua posição no setor.

Para a Dasa (DASA3), a recomendação foi mantida como neutra, com um preço-alvo de R$ 2,50 até o final de 2025. A empresa enfrenta dificuldades devido à sua estratégia agressiva de alocação de capital e aos desafios de integração de fusões e aquisições, resultando em um alto nível de endividamento. Além disso, a combinação de fatores como dificuldades na integração com a Amil, desempenho abaixo do esperado nos resultados financeiros e taxas de juros elevadas torna o cenário mais desafiador para a companhia.

Mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador, o setor de saúde privado ainda oferece oportunidades estratégicas para investidores, com empresas bem posicionadas para enfrentar as adversidades e consolidar sua atuação no mercado.